terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Motivação

A motivação é aquilo que desperta o nosso interesse por algo, é também um processo que dá origem a uma ação consciente e, um impulso que faz com que ajamos para atingir objetivos. Essas são algumas definições da palavra.

Mesmo não tendo um objetivo para atingir ... tenho desejo, e muito ... sem que percebesse, fiz de você minha motivação. Acabamos de conversar e, me diz que vai pedalar. Outro dia disse que está pedalando em ritmo de treino, espero que treinando para me pegar, me pegar com vontade.

Bem, fiquei pensando que, por aqui tudo está maravilhoso, eu, você e a tela. Ah!, a tela, nada mais confortável para quem está sedentária pois, numa cama, eu só faria dormir. Sim, eu sei, vergonhoso, por isso resolvi dar um jeito nisso, usando você claro.

Assim que desliguei o computador e, passados os cinco segundos de ódio por mim, coloquei uma malha e fui caminhar. A praia tem apenas 900 m, na metade da primeira volta eu já estava ofegante, e não por pensar em você mas, por não fazer qualquer exercício há exatos doze meses. A última vez que caminhei foi a, exatos, dozes meses. A primeira sensação boa foi da areia em meus pés e, depois, algo que não sentia há anos, a dança desengonçada do vento com os meus cabelos, que agora estão crescendo, sendo cultivados para que você possa agarrá-los e guiar meus movimentos até sua boca e onde mais quiser.

Pra chegar até o fim, comecei a imaginá-lo me esperando. Suas coxas grossas, seu peito em que eu adoro pensar estar aninhada, suas mãos que consigo sentir me segurando sem querer largar-me e esse sexo rijo, cheio de tesão, pronto pra me comer. Chegando, percebo que me comer seria o que, literalmente, poderia fazer, bastava me cozinhar pois, eu estaria morta. Toda aquela cena deliciosa se esvaiu no meu cansaço, vergonhoso, vergonhoso. Recuperei a minha dignidade e, em meio às reclamações das panturrilhas que pareciam rasgar, olhei pro outro extremo da praia e ali te coloquei.

Se um dia chegarei até você, eu não sei, não penso, ás vezes, muitas vezes, confesso. O gostoso mesmo é o processo. O gostoso foi sentir cada célula do meu corpo vibrando com e, pelo movimento, sentir tesão a cada músculo latejando, acompanhar minha sombra na areia e gostar da silhueta.

Você tem sido uma motivação pra eu escrever, pra não ser tão egoísta quando me toco e, curtir deseja-lo nesses momentos... e, por falar nesses momentos, vou entrar pro banho. Sim, te levarei comigo, há um tempo você mora entre meus dedos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Sofá e silêncio

 Chegamos a sua casa. Você tira os sapatos para entrar, gosto desse hábito, também o tenho.

Pergunta se quero uma água ou, qualquer outra coisa. As palavras são poucas, foi assim por todo o caminho, apenas olhares sem graça que logo são desviados em meio a sorrisos adolescentes.

Não presto atenção nos detalhes, só percebo uma desordem que parece ser organizada pra quem a fez. A gata vem nos receber, bem, a mim, não, me olha de baixo a cima e se afasta ainda observando quem é essa outra fêmea que parece querer seu dono.

Pergunto-me onde estão aquelas pessoas das conversas picantes e das fotos provocativas. Ele é bonito, mais bonito, e tem mais de um e oitenta, realmente. Fico olhando-o enquanto ele está distraído fingindo fazer sabe-se lá o quê. 

Respiro fundo, me acomodo num sofá que pareço já conhecer das nossas "conversas" por vídeo. - Vem cá, senta aqui. Você chega arrumando aquela mexa que adoro ver deslizar por sua testa. Senta ao meu lado num movimento tão tímido que pende os braços entre as pernas arqueando os ombros. Ainda somos só sorrisos desconcertados, desconcertantes. Você vira a cabeça, me olha, lentamente, se encosta no sofá abrindo os braços, pronto pra me receber.

Eu me levanto, me coloco a sua frente, dobro meu joelho esquerdo apoiando-o no sofá enquanto minhas mãos procuram sustento em seus ombros. Sem tirar meus olhos dos seus, levanto minha perna direita num movimento de montaria e ... cá estou... tirando a camisa de malha que ainda cobre o tronco que muitas vezes senti em meus sonhos.

Você escorrega seu corpo pelo sofá e, ao mesmo tempo, cheio de destreza, desliza a calça de moletom, que termina de tirar com os pés, enquanto as mãos, agora livres, seguram firme minhas ancas. Só há a camisa e a calça de moletom, eu não havia percebido isso, prático, mais uma coisa que gosto em você.

Agarra firme meu vestido e o puxa, sem pressa, até passá-lo pelos meus braços que, já levantados, fazem o caminho de volta aos seus ombros largos, como num passo de dança, acompanhando o seu partner. Não há mais nada, só o vestido, ideia que você aprova com um sorriso de canto de boca.

Agora, só existe desejo entre nossos corpos, posso sentir sua pele querendo a minha. Acomodo minhas nádegas em suas coxas, me sento e observo sua vontade crescer, latejar. Você aproxima seu tronco do meu, me deixa toda ouriçada ao sentir seus pêlos acariciando os bicos dos meus seios, segura firme minha bunda abrindo-me gentilmente para recebê-lo, conduz o encaixe, e eu como uma boa bailarina, acompanho a dança e te encharco desse tesão guardado há tempo.

Somos um só compasso, um vai e vem sem pressa e sem deixarmos de nos olhar. Você desliza suas mãos das ancas para as minhas costas e junta nossas carnes num abraço e acomoda seu rosto em meu ombro direito, e eu, no seu, sentindo o leve anelar de seus cabelos passando por minha boca.

Eu te engulo por inteiro, com uma fome que não me lembro da última vez que senti. Nossa respiração em uníssono une nossas bocas, somos um só beijo, quente, molhado, matando uma saudade que ainda não sabíamos existir.

domingo, 15 de novembro de 2020

Primeiro dia de aula

Não, não sou uma aluna
Chego à sala dos professores com todo meu sorriso
e minha habitual descontração
Por dentro, tudo treme
Nem quando discente me senti assim
Converso, rio ...
... sou a segurança em pessoa
Já percebi sua voz grave
Poucas frases
mas acompanhadas de uma charmosa petulância
O sinal bate
eu logo saio
não quero nenhum atraso
Chego ao terceiro degrau quando
sinto sua mão segurar a minha
Me viro
e encontro seus olhos famintos
Você beija minha mão e diz
Vá, Professora, e dê sua melhor aula
Eu sorrio, retiro rápido minha carne e me viro apressada
Pareço uma adolescente
as pernas bambeiam, o coração bate forte
Não sei mais quem sou ou o que faço ali
Sou um único arrepio
um suspiro contido
e um sexo que se derrete
Só sei que o Professor de Física beijou a minha mão


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Professorinha

Quinze anos se passaram, hoje você está com mais de trinta e eu, chegando aos quarenta e cinco.

Seu contato é um misto de surpresa e, o que só iria perceber mais tarde, muita alegria. Pergunta se me lembro de você. E respondo com um tom de voz que denuncia o que nem eu sabia, você habitava minhas mais doces lembranças, isso incomoda-me. Gentilmente, pergunta sobre meu marido e não disfarça nem um pouquinho a felicidade de ouvir que há muito nos separamos. Se solta na conversa, posso até ver aquele sorriso, ainda num adolescente tímido, largo e lindo. Só agora percebo o quanto eu gostava daquele sorriso. Isso quase me faz sentir-me mal, seria pecado? Mas meus pensamentos nunca foram além de acharem aquela extensão de lábios encantadora.

As conversas se arrastam por alguns dias, agora não mais escritas, já posso ouvir sua voz. Não encontro nela nenhum menino, encontro sedução, mas ainda há muita doçura.

Você diz que nunca se esqueceu da sua professorinha, que mal prestava atenção nas aulas, pois seus olhos se perdiam na minha calça jeans. Coisa de adolescente, só não imaginei durar tanto. Gosto de ouvi-lo falar de mim e, que depois de quinze anos estou mais bonita.

Já não me contenho e muito menos tento dissimular a vontade de reencontrá-lo... na verdade, a vontade de encontrar o homem que eu ainda não conheço. Você quer o mesmo. Me convido pra ir ao seu encontro. É perceptível sua excitação diante do meu inusitado invitamento. Marcamos o dia.

Claro que eu já havia visto fotos suas, os mesmos quase dois metros de altura, a mesma pele alva, porém num corpo cheio de decisão, e o mesmo sorriso, aquele lindo e doce sorriso, só que agora ornado por uma espessa barba que só pude imaginar me causando arrepios. A barba me convence de vez que tudo isso não é pecado.

O táxi para, lá está você, pernas levemente abertas, braços cruzados que logo se largam preparando o abraço e aquela expressão facial que eu percebo me encantar ainda e muito, só que agora há mais fome que doçura nesses olhos que brilham quando me encontram. Ao me abraçar, repete meu nome e no diminutivo, como faria muitas outras vezes.

Subimos as escadas em meio a sorrisos e risadas desconcertadas, desconcertantes, estamos felizes e cheios de tesão. Sinto sua mão em meus cabelos, antes dos últimos degraus me puxa colocando-me de frente pra sua boca que, sedenta por quinze anos, me beija. O desejo do menino se faz presente nos braços fortes daquele Homem. Eu me apaixono.

O beijo cessa e recomeça a cada degrau. Entramos aos tropeços enquanto mãos inquietas lutam contra os panos que ainda se encontram entre nossa fome. Você desnuda meus seios e os beija e os suga matando a sede que eu, até então, desconhecia existir, também, em mim. Arranca tudo que resta e chega até meu sexo molhado da saudade não percebida. Você o beija, se alimenta do meu tesão e, ali mesmo, me rouba um gozo com sabor de novidade.

Nos dias que se seguiram, eu ia conhecendo mãos que pareciam ter guardado um mapa do meu corpo. Eu ia descobrindo uma pele alva que ao encostar na minha me fazia ferver e, mais uma vez, eu me derretia em gemidos adolescentes. Ia conhecendo naquele par de olhos negros uma fome de quem aguardou com calma o tão esperado banquete. Você me comia com a voracidade de um menino que ainda aprende e, a destreza de um homem que conhece todos os talheres. Eu me sentia o melhor dos vinhos, adormecido em meu leito de carvalho aguardando ser despertado por você.

Só ainda não sabia que o que escorria por entre minhas pernas era puro amor.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Gostosa ausência

Não o vejo há uns dias, na verdade, não mais que três ... ou dois?, me perco nesse tempo dos ponteiros quando o que me rege é o das emoções. Olhar para os relógios só faz sentido quando é pra ir ao Banco, ao mercado, trabalhar, essas coisas que fazem parte da realidade que pode ser vista.

Será saudade? Não, não pode ser saudade, pois não há a vontade de reviver algo. Não existe passado entre nós, apenas momentos proporcionados por essa tecnologia que invade o mundo.

E há também muita imaginação. Não me privo de fechar os olhos e imaginar seu corpo no meu. Tudo é tão real, tão intenso, presente... Transformo meus dedos em meu sexo no peso do sua carne. Faço sua voz virar realidade em meus ouvidos. E o hálito quente junto à sua respiração um pouco ofegante me molham de um prazer que não posso dizer não ser verdadeiro.

Escorrego a calcinha por entre minhas pernas e liberto o tesão que já me invade. O prazer começa em pensar que as pontas de meu polegar e indicador podem abraçar uma legião com mais de oito mil sedentos e, com movimentos compassados, fazê-los explodir de felicidade.

Vejo-o se abrindo num sorriso que ora quer me comer e ora parece querer me guardar num longo abraço de quem quer mais que desejo.

Preciso sentir o rio que corre em mim, escorrego meus dedos pra dentro de um corpo que pulsa, a tensão parece sufocá-los. Ali, imagino você, ritmados movimentos saboreando a novidade, enquanto olhos investigativos atentam para cada canto de meu rosto. Você gosta da estranha leitura, principalmente, quando meu sorriso se junta ao seu e nossos corpos são um beijo em uníssono.

Agora, você desfaz a comunhão de nosso lábios, pende o corpo de maneira a analisar com toda minúcia o meu prazer ao senti-lo cada vez mais forte e mais fundo. Te envolvo numa articulação de pernas que te trazem pra mais perto, se é que isso é possível. Não sei se algo pode estar entre nossos sexos além do desejo fomentado pela tela.

O pequeno e ardente broto explode, escorrendo pela orquídea puro néctar que grita seu nome.

Meu corpo amolece enquanto meus olhos descansam embalados pelo perfume que paira no quarto.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Fazendo amor com você

Assim que abro a tela
sei o que me aguarda
Você expõe sua sacanagem
pronto pra me provocar
Tento um ar blasé
porém
meus olhos denunciam qualquer pensamento

Gosto da pena deslizando pelo papel 
depois que as luzes se apagam
Curvas desenhadas cuidadosamente
Matizadas com o suor
que teima em escorrer de minha mão

Você deixa o ar quente

Findado o amor
quase posso sentir o gemido
preso à ponta da caneta

Necessito de potássio

 



Banho de Anjo - ??/08/2018

 ...aperto o botão pra repetir a música

 sei que está aí

tomo meu banho fingindo não perceber sua fome em meu corpo
viro de costas, jogo a cabeça pra trás
deixo a água cair em meu rosto
rolando, acariciando minha pele
passo os dedos em meus cabelos
num movimento que sei, evidencia minhas nádegas
...nádegas? por que pensei nessa palavra?
movimento que abre minhas asas, alargando ainda mais minhas costas
posso sentir seu olhar, quente, seguindo cada gota

já é tarde
vou ter que ficar

me viro de frente
ainda com um sorriso satisfeito de quem não queria partir
afasto um pouco as pernas
flexiono os joelhos
um pouco mais o esquerdo
levo minha mão
me lavo sem pudor
afinal, "estou só"

sei que ainda está sentado ao pé da cama
disfarço o olhar
quero que continue passeando em mim
sem vergonha
quero voltar pro berço e saber que está lá

anjos necessitam de ninho pra adormecer

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Denúncia digital

Há uma hora estou sentada no sofá, me deleito com Anaïs Nin, suas palavras fazem qualquer corpo esquentar. Estaria cem por cento entregue se não fossem as pequenas manchas que me chamam a  atenção nos vidros das portas da varanda. Me permito mais quinze minutinhos, depois, não conseguirei conter tal incômodo.

Pego uma flanela e o produto de limpeza, o fiz em casa mesmo, água, álcool, vinagre do mesmo e detergente, que no rótulo diz ser ecológico e eu acredito. Pensar que contribuo o máximo me faz feliz, gosto do verde, das copas lambendo o céu, dos desenhos feitos pelas raízes, gosto desses lugares que nos fazem esquecer que há muita sujeira, pra qualquer lado que olhemos.

Mas a realidade além dos meus vidros é outra, mesmo agraciada com lindas árvores que parecem se alongar em busca do calor do sol, abaixo, sentados em desconfortáveis bancos de concreto... para que bancos confortáveis se já não há tempo de sentar-se pelo simples prazer de, sentar-se? Braços abertos apoiados ao encosto, entregues ao ócio, cabeça jogada para trás, olhos levemente cerrados e, pernas que se esticam e se cruzam numa gostosa e descompromissada preguiça... é, já não há mais tempo pra esses pormenores.

As pessoas passam apressadas, celulares à mão, o pensamento parecendo estar três semanas à frente, passos largos, as árvores são deixadas para trás, despercebidas. Há um homem de meia idade sentado em um dos bancos, penso que tudo não está perdido, é então que percebo que a curta parada serve apenas para arrumar um pacote que se desajeitara no trajeto, ele logo se levanta e se entrega ao imediato.

Continuo com minha limpeza, estando no terceiro andar, o romance das árvores se coloca mais próximo a mim do que toda a cinza realidade daquele concreto. Namoro alguns passarinhos que ainda teimam em cantar. Fecho os olhos me entregando aos gorjeios dos que ainda são livres. Sei exatamente onde se encontra cada mancha, enquanto o braço continua preso aos movimentos de círculo posso deixar a alma livre e ainda acreditar no amor.

Ao abrir os olhos, vejo que há um casal na praça, chegaram em meio aos meus devaneios, não devem ter mais que 25 anos e algum tempo pra inércia. Não escolheram um dos desconfortáveis bancos de concreto para depositarem seus corpos, dispuseram algo que, me pareceu ser um lenço, desses grandes, à sombra de uma figueira. Adoro as figueiras, parecem feitas de raízes rebeldes que se recusam a esconder-se no chão e explodem numa busca incessante pelo azul ou... seriam caules curiosos mergulhados nos segredos da terra? ... quem o sabe!

Fico tão absorta diante daquele vidro que não percebo quando você chega e me abraça por trás. Mãos segurando meus seios, levando meu corpo ao encontro do seu. E o hálito quente sussurra em meu ouvido, - olha o casalzinho. É aí que percebo que, enquanto ela lê o que parece ser uma antiga antologia poética (não consigo enxergar, dessa altura, o livro, mas gosto de pensar nas poesias), joelhos dobrados levando as pernas pro mesmo lado e corpo encostado ao corpo do jovem que a acolhe sentado de pernas, levemente, abertas pra que ela se aninhe confortavelmente e, um dorso que convida ao largar-se, ele cochicha coisas que a fazem rir e suspirar entre um verso e outro, ele habilmente escorrega sua mão pra debaixo da saia da moça que, tenho certeza, não a escolheu por um acaso.

Você beija minha nuca enquanto assistimos à cena, leva meu corpo de encontro ao vidro onde espalmo minhas digitais. Eu me empino, como gosto de fazer isso pra você, fico de um jeito que possibilite o que quer que esteja pensando em fazer. O vidro embaçado nos denuncia. Você larga um de meus seios e leva seu sexo ao meu, mete e logo o tira, só quer deixá-lo melado de mim. Me aperta mais forte contra a porta da varanda e, antes que meu suspiro chegue ao fim , você está todo dentro da minha bunda. Enfia rijo como se quisesse rasgar meu cu. Se apoia no vidro com umas das mãos, deixando a pista de que tenho um cúmplice nesse crime, a outra mão você escorrega do meu seio segurando forte minha pélvis, ditando o ritmo do movimento. Eu não resisto, me entrego toda ao seu desejo. 

A cortina de voal acaricia nossos corpos numa dança ritmada por uma leve brisa quente. Você continua me comendo como se eu estivesse ali apenas para servi-lo, jorra sua porra que me inunda e escorre por entre minhas pernas já amolecidas. De novo o hálito quente em meu ouvido, - o vidro continua sujo.

Eu descanso alguns segundos, na mesma posição que me colocara, você está jogado no sofá com aquele sorriso sacana de canto de boca, eu me volto com a melhor resposta que há para esse seu sorriso. Mordo o meu lábio inferior que vai escorregando dente por dente, até me abrir num  largo sorriso de quem quer muito mais e ... monto em você.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Te observo

Gosto de te ver trabalhar. Fico apreciando de longe, olhos atentos ao texto, esse rosto redondo revestido dos cabelos um pouco desgrenhados com aquela mexa que teima em cair na testa, dos óculos de aros leves, você quase disfarça não perceber minha presença, mais existe algo que deixa claro saber que estou ali e que te quero.

Hoje é um daqueles dias que você acorda com mais calor e, seu espírito livre, o permite sentar-se nu e trabalhar com toda a responsabilidade que um bom menino impõe a tudo aquilo que faz. Adoro olhar essa cena enquanto aprecio minha xícara de café fresco, a sua capacidade de ficar à vontade e mesmo assim deixar claro a importância do que está fazendo. É quase paradoxal, me excita.

Continuo dando goladas em meu café, é bom sentir o calor da xícara, a abraço com as duas mãos enquanto vejo seu sexo rijo, parecendo não querer levar a sério o que seus olhos leem na tela com tanta deferência. É bom ficar namorando-o de longe, ele é bonito de se ver, gosto de apreciá-lo sedento de mim.

Adoro essa mesa, ela é vasada, sem nenhum obstáculo que me impeça de colocar-me ali embaixo sem atrapalha-lo. Chego com a quietude de uma gata. Você continua atento à tela, semblante quase sisudo de quem não pode parar o que está fazendo. Mas chega a cadeira levemente para trás para que eu possa me acomodar e, num gesto, parecendo involuntário, abre um pouco mais as pernas, porém, continua responsável.

Engatinho pra baixo da mesa, com toda cautela para não distraí-lo, me posiciono ajoelhada em frente ao teu sexo que, agora, já posso ver estar melado. O seguro com carinho, adoro aquela primeira gota que anuncia o tamanho do seu tesão. Minha língua envolve a cabeça do seu pau, brinco um pouco com meu objeto de desejo, o seguro com as duas mãos, o aperto, levanto os olhos para apreciar sua carinha que, nesse instante, já não consegue esconder a vontade de escorregar pela cadeira e se encontrar comigo. Mas existe prazo de entrega, há muito ainda a se fazer, você resiste.

Eu volto a brincar. Passo a língua na cabecinha, cheiro, beijo, mas eu também não aguento, minha boca o quer, muito, todo... Engulo seu pau grosso, gostoso, que eu acho lindo. Sinto-o na minha garganta. Sugo-o ora com carinho, ora com fome. Percebo o momento que você se larga na cadeira e não consegue mais conter o gemido, é hora de chupá-lo com todo o tesão que estou sentindo. Você não diz nada, seu apetite continua disfarçado na falta de atenção, parecer conter-se me excita e você sabe disso. O momento está quase chegando. O que o seu silêncio dissimula, grita no corpo lutando pra permanecer sentado diante da seriedade exigida. Você goza, um gozo longo que enche minha boca. te bebo por inteiro, não deixo que escorra uma gota. Gosto da minha boca cheia de você.

Te limpo todinho, você precisa continuar trabalhando. Saio debaixo da mesa com o mesmo cuidado que entrei. Dou três passos e, volto repentinamente, pego no teu rosto sério com minhas duas mãos, o volto pra mim e beijo sua boca, um beijo com gosto seu, rapidamente te largo e volto pra minha xícara de café, agora, já fria, enquanto você se recompõe.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Carta pra quem quiser ler - 20/10/2020

Querido Amigo,

Mesmo sem empunhar uma caneta e, o cheiro do papel, escrever estas linhas será, com certeza, um prazer que não tenho há muitos. Devo-lhe meu sincero obrigado por isso.

Bem, voltarei ao assunto que deixamos no whats'app. Para isso, falarei um pouquinho (não será um pouquinho, vc já deve saber ... rsrsrs) de mim.

Aos 48 anos sei como meus sentimentos e corpo funcionam. 

Justamente por nunca ter me furtado de sentir tudo que a vida me permitiu, fui percebendo que precisava muito mais do que um corpo bonito e charme fugaz pra que eu me encantasse.

Claro que experimentei sexo casual. O ato era bom, dava prazer, havia tesão. Pudera se não houvesse nada disso, ou eu estava morta ... rs, ou algo estava muito, muito errado. Não, necessariamente, algo deveria estar errado, eu poderia ser assexuada, que sabemos não ser nenhum problema, mas não é o meu caso. A questão era o vazio que ficava depois, um buraco tão fundo que me incomodava, fui ficando cada vez mais sozinha. Momentos de prazer não valiam o incômodo do vazio.

A boa conversa me deixava embevecida. Eu era um único suspiro que não tinha fim. O tesão era na alma, e isso foi intrigante e fantástico de se perceber. Se me fosse mandado escolher um dos dois, boa conversa  ou sexo, sem a menor possibilidade deles estarem juntos, eu escolheria, com certeza, a boa conversa.

Ao constatar isso, passei a lidar com um paradoxo, um corpo suscetível ao menor estímulo e uma alma sedenta de tesão. Suprir o corpo com a presença de outro, era coisa fácil, mas toda a sensação se liquefazia no gozo. Já a alma, quando tocada, era um prazer que grudava, que se fundia em mim, e isso era a própria plenitude.

Fora o fato de que satisfazer o corpo é algo que faço muito bem só. Já a alma, mesmo com os livros, a dança, toda a arte da qual consigo me cercar, necessita de um interlocutor. A troca é o que proporciona o gozo pleno. Como gostaria que fosse possível acariciar meu intelecto com a mesma destreza que faço com meu sexo. Aí, eu trancaria a porta de vez e jogaria a chave fora... rs...  Mas a vida não foi feita pra cem por cento de solidão, já aprendi isso.

Você conseguiu tocar num lugarzinho de difícil acesso. Quer dizer, o lugar está aqui, é só tocarem, mas poucos conseguem. Eu até tento desenhar um mapa, uma carta náutica, afinal, cada um percorre o caminho como quiser, o importante é chegar. Mas nada facilita. Até porque, a sensibilidade necessária pra se ler o mapa e trilha-lo é a mesma pra se perceber que o caminho do meu corpo passa primeiro pelo meu intelecto, pela minha alma.  É um misto de frustração, revolta, desesperança. Deixando a pouca elegância que tenho de lado ... rs ... fico puta!

Há períodos de um longo recolhimento. Mas minha alma é feita de pura paixão, e custa a acreditar que não mais ficará suspirando com os olhos perdidos, saudosa daquele abraço em que se aninha e a prosa que a embala. E claro..., das mãos fortes que seguram os braços e puxam o corpo pra si, onde olhos sedentos se encontram e selam a saudade com um beijo.

Há momentos de dor, a vida é assim. Porém, existe prazer em transformar a dor em palavras, em expectativas, em sonhos adolescentes, em suspiros abraçada ao travesseiro. Disso, nunca quero me furtar. Preciso das minhas paixões, mesmo quando não compartilhadas.

Até a próxima.

Um abraço da sua amiga de infância ... Vi.


Caminho certo - 28/09/2011

Não me venha com esse ar de conquistador,
não me atire seus músculos bem trabalhados,
não pense que eu perderei o fôlego
com essa sua disposição.
Não me apresente contorcionismos,
pra isso, vou ao circo
...

Me fale poesia.
Me encha de perguntas.
Me dê uma resposta.
Me abra a alma,
que eu amoleço as coxas.

Sobremesa

Acabo de mudar umas plantas de vaso. O suor escorre entre meus seios, preciso de um banho.

Coloco um vestido de tecido fino, alças, ombros e colo à mostra revelando as saliências de que sei, gostar. O dia amanheceu quente e, lembrar de você, talvez o esquenta mais.

Está quase na hora do almoço, começo a mexer com panelas, temperos, pensar no que vou cozinhar. Ontem não deu tempo, eu estava exausta depois do último beijo, você me deixa assim.

Colhi alguns tomatinhos, salsa e manjericão. Há algo de sex numa horta, ou há algo de sex nos movimentos involuntários que faço, lembranças da noite de ontem.

Vou fazer umas panquecas, cenoura na massa, recheá-las com o que colhi e um pouco de mozzarela. Começo a picar os tomate quando ouço o barulho da porta da sala se abrindo. Só você tem as chaves, mas não combinamos nada, cada um almoçaria só e, depois, como sempre acontece, nos falaríamos pelos meios de comunicação disponíveis e, marcaríamos nosso próximo encontro, entre vozes sussurradas e palavras picantes.

Fingi não perceber o barulho, continuei o que fazia. Senti o calor do seu corpo se aproximar, me mantive discreta, quase desatenta, mas já havia em meu rosto aquele meio sorriso que você sabe ler tão bem. 

Sinto sua mão segurando minha nuca onde, imediatamente, você deposita sua boca, quente, molhada,  me enchendo de mordiscadas e pequenos beijos, enquanto acaricia suavemente, com a outra mão, minha coxa direita, gosta de me ver eriçada como gata no cio, e eu sei disso. Continuo picando meus tomates e disfarçando aquilo que você tão bem já sabe.

Sua mão em minha coxa desliza entre a carne e o pano, chega até meu sexo e o descobre desnudo e melado. O dia amanheceu quente, a temperatura só aumentava, não faria sentido colocar uma calcinha. Talvez, algo em mim sabia que você voltaria, ainda havia muito tesão da noite passada.

Você brinca com meu sexo enquanto beija minha nuca descendo pelas minhas costas, suspende meu vestido deixando minha bunda, já empinada, toda à mostra, a beija, a morde, vira meu corpo e abre minhas pernas ... delicadamente ... eu dobro meus joelhos um pouco, me coloco na ponta dos pés de um jeito que possa me beijar sem pressa. O beijo é longo. Você segura firme minhas nádegas, ajeitando meu quadril para que possa acariciar meu tesão, teso, aguardando sua língua espessa que conhece cada pedacinho meu.

De repente, o beijo cessa, você me coloca, novamente, de costas, vem trazendo meu vestido acariciando minhas costas, o tira, espalma forte minha pélvis com sua mão esquerda me fazendo empinar a bunda o máximo que consigo. enquanto me entretém com beijos na nuca, num susto, te sinto todo dentro de mim, me apoio na pia enquanto nos curvamos pra frente. Você segura firme meus seios enquanto mete todo o tesão que ainda restou da noite passada.

Seus braços fortes me envolvem enquanto sinto seu rosto sobre meu ombro direito. Você me aperta cada vez mais forte,  e mete, mete teu membro rijo cada vez mais fundo, e eu me empino, adoro suas mãos fortes me segurando como se eu pudesse escapar.

Você jorra dentro de mim enquanto gememos de tesão. Posso sentir nossas pernas amolecerem num mesmo compasso. Nos derretemos pelo mármore, corpos largados no chão da cozinha. Eu fazendo seu dorso de travesseiro e você me acolhendo com um dos braços que, posso perceber, desliza, sem forças, pela minha cintura.

Daqui a pouco, passo um café.


Motivação

A motivação é aquilo que desperta o nosso interesse por algo, é também um processo que dá origem a uma ação consciente e, um impulso que faz...